A navegação marítima recebeu com reservas a aprovação na Câmara da medida provisória 563, que garante desoneração de encargos sobre a folha de pagamento para empresas de diferentes setores, incluindo a área naval.
"A situação melhora em termos de custos, mas em alguns segmentos como o de apoio marítimo o Brasil [mesmo depois da desoneração] vai continuar a ser mais caro para operar do que no Golfo do México ou no Mar do Norte", disse Bruno Lima Rocha, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma).
A situação é motivada por dois fatores, segundo Rocha. O primeiro são os salários das tripulações no Brasil que estão altos. A alta se relaciona com a demanda crescente por oficiais de marinha mercante no país. As empresas de navegação dizem que faltam oficiais para atender a demanda, mas os trabalhadores negam. O outro fator para o Brasil ser mais caro é que a construção naval brasileira ainda fabrica barcos mais caros do que na China ou na Coreia, disse Rocha.
A navegação foi incluída mais tarde nas discussões da MP 563. No início, só a construção naval estava entre os setores beneficiados. Rocha não mencionou qual pode ser o percentual de economia para o setor, mas disse que o apoio marítimo, atividade que atende a indústria de petróleo, terá uma redução mais expressiva do que a navegação de cabotagem, que opera entre os portos. Isso ocorre, segundo ele, porque a mão de obra tem um peso maior no apoio marítimo do que na cabotagem. Para Rocha, a desoneração ajuda, mas não garante a competitividade que todos os segmentos da indústria naval precisam.
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