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terça-feira, 12 de junho de 2012

BG elegera o Brasil...

As noticias de que a britânica BG elegera o Brasil como prioridade ficaram algo abaladas nos últimos tempos, com rumores de transferência de ativos aos chineses e venda da Comgás. Em entrevista com Fábio Barbosa, diretor financeiro do grupo em Londres, ficam claros os propósitos da BG no país, que deverá representar 45% da produção do grupo no final desta década.



País deve receber cerca de US$ 30 bilhões em investimentos e se tornar responsável por 45% da produção da BG até 2020  
O peso do Brasil na estratégia do britânico BG Group pode ser medido pela figura que ocupa uma das principais salas do escritório da empresa no centro de Londres: o brasileiro Fábio Barbosa, ex-executivo da Vale, responde há pouco mais de um ano pelo cargo de diretor financeiro do grupo.
O destaque faz sentido: pode-se dizer que a BG é a companhia internacional que mais se beneficiará do desenvolvimento do pré-sal no País. Principal parceira da Petrobras, ela está presente em cinco campos e sinaliza que não pretende se desfazer deles e que poderá participar dos próximos leilões.
Apesar da relevância, a estratégia da BG para o Brasil despertou dúvidas nos últimos meses. Primeiro, vieram os rumores de venda de ativos para empresas chinesas. Até que chegou a surpresa da venda da Comgás, comprada no processo de privatização, para a Cosan.
Em entrevista, em Londres, Barbosa fez questão de reforçar que o Brasil é fundamental para a estratégia da empresa britânica. Veja os principais trechos da entrevista:
Recentemente, surgiram dúvidas sobre a postura da BG no Brasil, com diversos rumores, até a surpresa com a venda da Comgás para a Cosan. Qual é a posição do Brasil na estratégia da companhia?
O Brasil é absolutamente fundamental na estratégia da BG. O País é simplesmente o maior investimento que a empresa vai fazer nos próximos anos, de longe. O Brasil vai representar cerca de 45% do total da produção da empresa ao final desta década. Nosso investimento fará com que a BG seja, também de longe, o maior investidor estrangeiro no Brasil. O País é a nossa maior prioridade.
De quanto será o investimento especificamente?
Não estamos dando números. Vou mencionar o número dado pelo presidente do nosso conselho de administração no ano passado, de mais US$ 30 bilhões nos próximos anos. Também há o investimento do centro de tecnologia mundial a ser instalado no Brasil, de mais de US$ 2 bilhões. Para dar uma dimensão, a venda da Comgás foi a US$ 1,8 bilhão. Mostra que o Brasil não está deixando de ser prioridade para nós.
Por que a Comgás foi vendida?
É uma estratégia mais global de saída do setor de distribuição e energia. Temos um programa de venda de ativos que compreende algumas usinas de geração de energia nos Estados Unidos e continuamos em discussões nas Filipinas, também na Índia. É um redirecionamento do portfólio para áreas que requerem envergadura maior de capital, que são exploração, produção e gás natural liquefeito.
A prioridade é o pré-sal?
São os investimentos na área de exploração e produção e nossos cinco campos em associação com a Petrobras (Lula, Cernambi, Guará, Iara e Carioca). Somente para a parte da BG, que tem em média 27% desses campos, a probabilidade é de que tenhamos cerca de 6 bilhões de barris de petróleo, com potencial de até 8 bilhões de barris. O investimento vai transformar a produção de petróleo no Brasil. A BG está, juntamente com a Petrobras, viabilizando a duplicação da produção de petróleo no Brasil. Hoje a produção nacional está na faixa de 2,3 milhões de barris por dia. Nos cinco campos nos quais a BG está envolvida, a capacidade de produção será de 2,3 milhões de barris por dia em 2017. O investimento vai consolidar o Brasil como um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
A empresa pretende entrar nos novos leilões do pré-sal?
O Brasil é definitivamente parte da nossa geografia. Como qualquer investidor presente e que tem conforto muito grande em operar, qualquer oportunidade que apareça no Brasil temos a obrigação de considerar, com a facilidade de termos já um profundo conhecimento do ambiente de negócios e do próprio setor.
Como está a relação da BG com o governo brasileiro?
Extremamente positiva. Estabilidade de regras, manutenção dos contratos, abordagem bastante efetiva na produção do conteúdo local mas sem, ao mesmo tempo, afetar a capacidade de execução dos projetos, o suporte do BNDES, é tudo muito positivo. O Brasil é percebido como um lugar onde contratos são respeitados, o regime fiscal tem estabilidade e há esforço coordenado e concentrado para promover o crescimento dessa indústria, que realmente gera muitos empregos e impostos nos países onde opera.
Há críticas em relação ao índice de nacionalização exigido e ao controle do preço interno do petróleo. Como o senhor vê?
Não vou comentar sobre o preço interno do petróleo porque não estamos nesse setor. Em relação ao conteúdo local, acho que é uma atitude bastante correta de qualquer governo tentar capitalizar a base de recursos naturais para promover um desenvolvimento mais estruturado. Acredito que o plano de governo seja transformar o Brasil num polo mundialmente competitivo para a indústria de óleo e gás. Isso é um objetivo legítimo e a escala dos investimentos envolvidos no pré-sal autoriza os brasileiros a pensar nessa possibilidade.
Os rumores de venda de ativos para os chineses podem se concretizar?
Não é parte da nossa filosofia excluir qualquer ativo de qualquer consideração. Mas eu diria que o Brasil tem sido um fluxo contínuo de boas notícias e resultados positivos e implica que, para nós, tem um valor muito grande. O primeiro campo, de Tupi (agora Lula), foi furado em 2006 e começamos a produzir em 2010, período recorde, num desempenho excepcional da Petrobras, que por acaso é um grande parceiro. É de longe o participante mais competente em águas profundas, com uma experiência imbatível.
E a realização de uma oferta pública de ações no País, faz sentido?
É uma forma diferente de considerar o mesmo assunto. O que temos de fazer, na verdade, é buscar uma diversificação da base de acionistas. Na prática, é um esforço de formiguinha para mostrar que, para quem quer investir no pré-sal, a BG talvez seja a melhor alternativa, inclusive do ponto de vista dos investidores brasileiros. E hoje o mundo é global, não importa onde esteja efetivamente listado. Para isso não precisa necessariamente caminhar na direção de um IPO.
Já há fluxo de investidores brasileiros na compra de ações da BG?
Somos uma empresa com presença muito pequena ainda fora do Reino Unido e dos Estados Unidos. Uma das metas que eu tenho é buscar diversificação dessa base de acionistas. Acabei de instalar uma função de relação com investidores em Cingapura. Ao mesmo tempo, o presidente da BG no Brasil, Nelson Silva, tem promovido reuniões com investidores para aumentar o conhecimento sobre nossa empresa.
A BG tem plano de contingência para uma ruptura do euro?
Não estamos diferentes de qualquer outra companhia que opera na Europa nesse sentido. Acompanhamos todos os eventos com atenção. Agora, a BG tem uma presença relativamente pequena na Europa. 80% da nossa produção é fora da Europa. No futuro, com o crescimento do Brasil, será ainda menor. Evidentemente, a Europa é muito importante para a economia mundial e nos afeta secundariamente pelo impacto nos mercados.
Há preocupação com a desaceleração mais forte na China?
Trabalho com o setor de recursos naturais há quase 12 anos. Praticamente desde o início, escuto que a China vai parar de crescer em algum momento ou que terá problema. Tenho visão diferente. A China não é imune a percalços e problemas de curto prazo, mas tem uma trajetória similar a de outros países asiáticos, que apresentam taxas sustentáveis de crescimento por décadas. A diferença agora é que a China tem impacto absolutamente relevante na economia mundial. Há espaço macroeconômico para continuar a perseguir o crescimento. Na próxima década talvez, a economia chinesa poderá mudar o foco, saindo da área industrial para serviços.
Mas ainda dá para a China crescer 8% nos próximos anos?
Um crescimento entre 7% e 8% nos próximos anos é bastante razoável. Não vamos esquecer que a economia chinesa hoje tem outro tamanho. Então, é 7% de um gigante.
 Fonte: Daniela Milanese, O Estado de S.Paulo, 31/05/12

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