Saiba como não repetir os 10 erros mais comuns aos investidores.
Por Flávia GIANINI
Seja ele um cozinheiro de primeira viagem, seja um chef estrelado, todo investidor está sujeito a cometer erros na elaboração das receitas do mercado financeiro, por falta de experiência ou pelo alto grau de dificuldade na preparação dos pratos. No entanto, algumas dicas dos especialistas podem reduzir a chance de erro na execução. Leia atentamente todas as orientações a seguir, e evite que suas finanças terminem 2012 à Joana D’Arc, altamente chamuscadas.
1 Pôr todos os ovos na mesma cesta
Aplicar todos os recursos em um único produto do mercado financeiro é sempre arriscado. Como no caso da cesta de ovos, é necessário manter ativos em diferentes aplicações e, se uma das cestas cair no chão, nem todos os ovos se perderão. “A diversificação é necessária para minimizar os riscos e obter retornos mais atraentes”, explica Marcos Daré, diretor da área de investimentos do Bradesco.
2 Basear o futuro em menus que fizeram sucesso no passado
“O erro mais comum dos investidores é basear-se no histórico de rentabilidade passada de cada tipo de investimento”, afirma Claudia Kodja, gestora da Kodja & Company Investimentos. Segundo ela, a melhor maneira de aplicar é estabelecer uma estratégia com uma combinação de imóveis, títulos, ações e caixa, adequada à disponibilidade de tempo, aos objetivos e tolerância do investidor ao risco.
3 Perder a hora de usar cada ingrediente
Assim como na execução de um prato, o que define se um investimento é adequado ou não vai além de suas características, como risco, prazo e rentabilidade. O momento de empregá-lo também é essencial para o sucesso. “Nem sempre um bom produto é adequado, e um produto que pode ser ruim no longo prazo, às vezes, é o mais indicado para uma ocasião específica”, diz Pedro Galdi, analista da corretora paulista SLW. “Conciliar cada alternativa com o melhor momento para adotá-la é a garantia do sucesso.”
4 Deixar a despensa vazia
Deixar de poupar todos os meses é um dos principais equívocos do investidor, na opinião de Manuel Lois, diretor da corretora Spinelli. “Cada aplicação tem o momento adequado de resgate. Desrespeitar esse princípio é prejuízo na certa. Então, é necessário manter uma reserva para emergências”, diz Lois.
5 Desconhecer seu estilo – na cozinha ou no mercado
A primeira providência do investidor antes de colocar o avental é avaliar seu perfil de risco, se conservador, moderado ou agressivo. “Muitas vezes, por desconhecer seu perfil, o investidor acaba aplicando em produtos com risco ou rendimento que não se adaptam a seu perfil ou às suas necessidades”, afirma Luiz Felippe Cruz Generali, superintendente da BanifInvest. Segundo ele, isso é especialmente indicado na hora de avaliar os investimentos em ações cuja rentabilidade não deve entrar na conta das despesas correntes.
6 Tratar a tributação como tempero opcional
Conhecer as formas como serão tributadas as operações, bem como eventuais isenções e benefícios, representa um ponto estratégico na decisão de onde investir. Uma análise sobre esses aspectos permite ao aplicador mensurar os impactos, negativos e positivos, da mordida do Leão sobre o resultado de suas aplicações. “Se não forem levadas em conta, as questões tributárias podem acabar com a rentabilidade”, diz Marcos Heringer, professor de finanças do Ibmec.
7 Perder a calma em situações de estresse
Mesmo que esteja tudo indo por água a baixo, é necessário manter a calma. A suscetibilidade emocional faz o investidor aderir aos chamados “movimentos de manada”, tanto na hora da compra quanto na da venda. “A falta de disciplina ou de método na seleção dos ativos mais adequados ao seu perfil de risco e horizonte de investimento leva, invariavelmente, o investidor a ajustes demasiados e, muitas vezes, prejudiciais ao seu portfólio”, diz Guido Chagas, sócio da Humaitá Investimentos.
8 Ter confiança em excesso
O chef que tende a fazer adaptações injustificadas, sendo demasiadamente confiante na sua capacidade de interpretar a receita e prever desempenhos, corre riscos desnecessários. “Muitas vezes, por excesso de confiança, o investidor não percebe que não tem as informações necessárias para definir perspectivas de resultados”, diz Marcos Daré, do Bradesco. “Essa situação ocorre, principalmente, quando se trata de investimentos em ações.”
9 Ignorar a qualidade dos ingredientes
Nem toda técnica culinária do mundo é suficiente para driblar um ingrediente de má qualidade. O mesmo acontece com o mercado de fundos e de ações. “De nada adianta uma boa estratégia macro, se a análise criteriosa das empresas em que se pretende investir for ignorada”, diz Luiz Felippe Generali, da BanifInvest. “Elas devem possuir liquidez, boa governança, possibilidades de retorno e exposição ao risco adequada, assim como o setor em que estão inseridas.”
10 Esquecer do prazo de validade
Não dá para comprar um ingrediente e esquecer que ele tem uma data de fabricação e outra de vencimento, que devem ser respeitadas. Ter em vista o intervalo de tempo correto entre a aplicação e o resgate permite uma alocação conveniente entre as várias oportunidades disponíveis no mercado. “Efetuar um saque sem a devida programação faz o investidor, por vezes, perder a rentabilidade referente a um determinado período”, diz Marcos Heringer, do Ibmec.
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