Lançamento do estudo foi realizado nesta quinta-feira (22), em Florianópolis (Foto: Filipe Scotti)
O crescimento da demanda interna e a apreciação cambial abriram oportunidades para a importação de mercadorias no Brasil, mostra a publicação. Mas em Santa Catarina outros fatores contribuíram para o crescimento das importações. Um deles foi a ampliação da infraestrutura portuária e o outro foi o programa de incentivos fiscais criado em 2007 pelo governo estadual, o Pró-Emprego, que concedeu redução da alíquota de ICMS para produtos importados via portos catarinenses, lembra o diretor de relações industriais da FIESC, Henry Quaresma.
"Espera-se que a publicação possa auxiliar as decisões das indústrias proporcionando melhores condições de competitividade em um ambiente cada vez mais desafiador. Ao mesmo tempo, a FIESC utilizará os principais resultados e conclusões do trabalho para buscar junto às entidades do comércio exterior brasileiro soluções para os entraves que vêm prejudicando o processo de internacionalização do setor produtivo catarinense", afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, na apresentação do documento.
Ao longo da década, as importações catarinenses, que em 2001 vinham predominantemente da União Europeia (34,5%) e do Mercosul (24,7%), passaram a ser lideradas pela Ásia (43%). "A evolução das importações está em sintonia com as tendências do comércio internacional do período. As compras externas realizadas por Santa Catarina não se destinam totalmente ao Estado, mas entram no Brasil pelos seus portos. Houve um grande aumento no volume de insumos para a indústria, máquinas e equipamentos, além de bens de consumo vindos de países asiáticos nos últimos anos para atender o mercado brasileiro", avalia Quaresma.
Com o substancial incremento de importadoras, as compras catarinenses no exterior cresceram 1.600% nos últimos dez anos. E a participação do Estado no total nacional passou de 1,5% em 2001 para 6,6% no ano passado. Esse quadro explica a perda de cinco posições na participação de Santa Catarina no total das exportações brasileiras. O Estado, que hoje é o 10º no ranking, respondia por 5,2% das vendas internacionais do País em 2001 e fechou 2011 com 3,5%.
O levantamento mostra que Santa Catarina manteve saldo positivo da balança comercial de 2001 a 2005. De 2006 a 2008, o Estado continuou registrando superávit, mas com valores em declínio. A partir de 2009 a diferença entre exportações em importações ficou negativa e em 2011 o saldo registrou déficit de US$ 5,8 bilhões.
A publicação também traz uma pesquisa com empresas de 17 setores industriais, sendo 33% de pequeno porte e 67% de médio e grande portes. Ela mostra que entre as barreiras internas à internacionalização estão as reduzidas economias de escala, o que torna os custos de produção elevados em relação aos concorrentes internacionais; obstáculos de acesso a canais de distribuição em outros países e dificuldades de formar parcerias internacionais. Entre as barreiras externas à internacionalização estão a acirrada concorrência internacional; política cambial desfavorável às exportações brasileiras e o elevado custo do transporte internacional.
Em relação à evolução das quantidades exportadas entre 2007 e 2011, 42% responderam que os volumes estão sendo reduzidos; 27% que estão se mantendo estáveis e 22% têm registrado aumento parcial. "Os dados refletem o acirramento da disputa no mercado internacional, a questão cambial que tirou a competitividade dos exportadores brasileiros e o direcionamento dos negócios para o mercado interno, que apresentou melhor desempenho", diz Quaresma.
Para 48% das empresas pesquisadas, os valores importados representaram até 10% das compras efetuadas. Para 16% das companhias ouvidas, as importações correspondem a 70% das compras globais, mostrando que a indústria também passou a importar com o objetivo de ganhar competitividade.
O levantamento revela que 71% das empresas ouvidas são exportadoras e importadoras. 64% informam que iniciaram as atividades internacionais após 1991, quando o País abriu seu mercado, e 25% afirmaram que têm mais de 30 anos de experiência internacional.
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