Análise da Trade Energy, comercializadora independente de energia, aponta que, para os próximos cinco anos, a média estimada para a sobra é de 3 GW médios, dado que representa uma oferta estrutural energética confortável para o país.
O balanço de energia elétrica no Brasil apresenta crescimento de oferta em fontes renováveis. De acordo com análise realizada pela Trade Energy, comercializadora independente de energia, a eólica é a que mais cresceu, com índice de 30% nos últimos doze meses. Já a energia proveniente de biomassa e das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) aponta um ritmo constante de expansão, de 10% a 15% ao ano. “A oferta total de energia em nosso país cresceu 4% em 2011, praticamente na mesma proporção do aumento da demanda”, afirma Regina Pimentel, assessora de Gestão de Riscos da Trade Energy. A executiva ainda acrescenta que a energia solar começa a se inserir no mercado brasileiro. “Contudo, ela deverá ser destinada, principalmente, ao consumo local”, comenta. Outro dado importante do balanço de oferta e demanda é que, embora os últimos estudos do Plano Anual de Operação Energética, realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), tenham sofrido alteração, devido à retração no número de obras que entrarão em operação no período 2012-2016, ainda está evidente uma folga de garantia física nos requisitos de demanda de energia. “A nossa estimativa é que, em 2012, a folga de oferta energética, com relação à demanda, deve ser de aproximadamente 1500 MW médios. Para os próximos cinco anos, este número deve ser entre 2 e 3 GW médios, ou seja, a oferta estrutural está confortável”, ressalta Regina. De acordo com a executiva, apesar desses dados, não significa que a energia está disponível para o mercado. “É necessário, primeiramente, verificar qual é a parcela de lastro físico adquirido e não utilizado, tanto das distribuidoras quanto pelos consumidores livres. Depois disso, parte desta sobra estaria disponível para o mercado”, enfatiza. Outro fator que deve ser considerado é a distribuição dessa sobra entre geradores de energia convencional e de energia incentivada: os dois mercados, embora se intercomuniquem, têm preços diferentes, e esses preços estão atrelados ao equilíbrio mensal entre a oferta e a demanda. Está destinada ao mercado livre boa parte da energia incentivada, vinda de fontes eólicas, PCHs e biomassa, o que atinge um pouco acima de 5% da demanda total nesse mercado. O restante é atendido pela energia convencional. Hoje, o mercado livre representa 27% de toda a demanda brasileira de energia, composto principalmente por consumidores industriais. “Este segmento tem potencial de alcançar até 55% da demanda nacional, desde que seja alterado a elegibilidade para toda alta tensão”, finaliza Regina Pimentel.
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