A Wilson Sons inaugura, na sexta-feira, a expansão do Tecon Salvador, terminal de contêineres da empresa na Bahia. Com investimentos de R$ 180 milhões, o terminal vai dobrar de capacidade, e terá condições de receber navios maiores, acima de 6,5 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), e atenderá, com serviços logísticos adequados, as exportações de frutas da Bahia e de Pernambuco, disse o presidente da Wilson Sons no Brasil, Cezar Baião.
Parte das frutas produzidas na região de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco sai hoje por Pernambuco e Ceará. A aposta da empresa é capturar parcela desses volumes. "A expansão [do terminal] é importante para a Bahia e para os exportadores baianos", disse o executivo. No total, os investimentos no Tecon Salvador chegam a R$ 260 milhões, considerando a expansão e outros R$ 80 milhões investidos desde que a empresa assumiu o terminal, em 2000. No outro terminal de contêineres da empresa, em Rio Grande (RS), foram investidos R$ 400 milhões. Os investimentos da Wilson Sons no segmento alcançam R$ 660 milhões.
Baião disse que a companhia tem interesse em novas licitações de terminais de contêineres. "Temos até plano de negócios para o novo terminal de contêineres de Suape", disse Baião. Ele mostrou-se otimista em relação ao pacote para os portos que vem sendo discutido pelo governo: "Temos a expectativa de que o governo vai respeitar os contratos e não haverá mudanças na lei dos portos porque eventuais mudanças tenderiam a afastar investidores", analisou o executivo.
As obras no Tecon Salvador se estenderam por dois anos. Os investimentos incluíram serviços de pavimentação, expansão e reforço de cais e compra de equipamentos. A capacidade dobra em relação a 2010, quando o terminal podia movimentar 250 mil TEUs por ano. Com a compra de equipamentos, o Tecon Salvador ampliou a capacidade, em fase intermediária do projeto, para 300 mil TEUs/ano, volume que agora chega a 530 mil TEUs/ano.
Baião disse que os investimentos em equipamentos incluíram três 'portêineres' e seis pontes rolantes sobre rodas utilizadas na movimentação de contêineres em pátios, conhecidas como RTGs. Os RTGs e os portêineres, equipamentos responsáveis pela movimentação de contêineres entre o pátio e o navio, foram comprados na China. O Tecon Salvador passa a contar com um cais principal, com 377 metros de comprimento e 14 metros de profundidade, e outro berço, com 240 metros de extensão para atender os serviços de cabotagem, a navegação na costa brasileira. Baião disse que os navios de contêineres que passam a escalar os portos brasileiros, com até 9 mil TEUs de capacidade, poderão atracar em Salvador.
Os principais produtos movimentados no terminal são químicos e petroquímicos, celulose, minérios, siderúrgicos e metálicos, frutas, café, componentes, couro e alimentos e bebidas. O terminal tem apostado no transporte de novas cargas no longo curso, incluindo algodão, piaçava, soja em grão, laranja in natura e manganês. Os principais armadores escalam o terminal na cabotagem e no longo curso.
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