As vendas de máquinas agrícolas no atacado - da montadora para a rede de distribuição - alcançaram volume de 57,8 mil unidades entre janeiro e outubro, crescimento de 2,5% na comparação com igual período do ano passado. Durante a divulgação dos dados pela Anfavea, ontem (07), o vice-presidente da entidade, Milton Rego, comenta os fatores que têm influenciado os resultados do segmento.
“Temos a sazonalidade: neste período começa o acerto de estoque entre fábricas e concessionárias, a redução da taxa de juros do Finame PSI, que o mercado está respondendo bem, os produtores estão capitalizados, as principais culturas têm apresentado números positivos. A situação é boa.”
Já no varejo, o executivo informa que 95% das vendas dependem das linhas de financiamento do BNDES, Moderfrota ou Finame PSI. No caso do PSI, a taxa passou de 5,5% ao ano para 2,5% a.a. até 31 de dezembro. Ele explica que para aproveitar esta redução, o produtor deverá fechar as compras entre 20 e 25 dias antes do fim do desconto, porque este é o intervalo de tempo que os agentes financeiros demoram para concluir os trâmites burocráticos da venda junto ao BNDES e validar o juro menor.
A Anfavea entrou em contato com o governo, mas segundo Rego, não há nenhuma indicação da prorrogação da redução. Segundo as previsões atuais da entidade, as vendas de máquinas agrícolas em 2012 devem igualar-se às do ano passado e fechar com 65,3 mil unidades, sem crescimento. “Se não fosse a redução da taxa, haveria pequeno decréscimo entre 0,5 e 2,0 pontos porcentuais”, revela.
Produção e Exportações
A produção de máquinas avançou 2,6% nos dez meses deste ano sobre igual intervalo de 2011, para 71 mil unidades. Deste total, 54,6 mil são tratores de rodas. Outubro foi o segundo melhor mês de produção do ano, com 7,7 mil unidades, perdendo apenas para março, quando as linhas entregaram 7,9 mil.
Enquanto isso, as exportações registram queda de 11% no ano, para 13,6 mil máquinas. Os impasses com a Argentina, historicamente responsável pela metade das exportações, continuam prejudicando os negócios, segundo Rego. A outra metade concentra-se em outros países da América Latina, principalmente Mercosul.
“Temos perdido mercados importantes gradativamente, como África do Sul, por questão de competitividade: produtos de países como Índia, Turquia e da Ásia tem mais poder atrativo do que as máquinas brasileiras, que têm custo maior”, diz.
Nas projeções atuais, a Anfavea espera manter o nível de exportação do ano passado, de 18,3 mil unidades, mas a entidade deve apresentar uma nova previsão de mercado no início de dezembro.
Por Sueli Reis/ Automotive Business
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