Somini Sengupta, do The New York Times
Matt Cohler foi o funcionário número 7 do Facebook. Adam D’Angelo entrou para a curiosa empresa iniciante (startup) do amigo de colégio Mark Zuckerberg em 2004, tornando-se diretor de tecnologia. Ruchi Sanghvi foi a primeira mulher na equipe de engenharia.
Todos deixaram o Facebook. Nenhum vai se aposentar. Donos de ações lucrativas e uma rede de importantes contatos na indústria, partiram para criar suas próprias empresas ou para financiar a visão dos amigos.
Com a oferta pública do Facebook, um número ainda maior de pessoas deve se juntar a esse grupo, consolidando o que pode ser um dos legados mais duradouros do Facebook - uma nova geração de magnatas da tecnologia que tentam criar ou investir no próximo... Facebook.
"A história do Vale do Silício sempre seguiu o modelo de uma geração de empresas que dá à luz a novas grandes empresas", disse Cohler que, aos 35 anos, é sócio da Benchmark Capital, investindo também em diversas startups criadas pelos antigos amigos que fez na época do Facebook. "Aqueles que aprenderam muito num determinado conjunto de empresas costumam seguir a carreira criando suas próprias empresas iniciantes." É assim que tem sido a história do Vale do Silício, do Netscape à Apple, passando por PayPal e, recentemente, pelo Facebook.
Cada oferta pública cria um novo ciclo de magnatas da tecnologia que dispõem de dinheiro para investir. Mas, no caso da oferta do Facebook, que envolve um valor estimado de US$ 100 bilhões, a fraternidade criada será bem mais rica que as anteriores.
Em sua grande maioria, seus membros serão homens, jovens, brancos ou asiáticos e, acima de tudo, conhecedores do valor das redes sociais. E terão dinheiro no bolso. Alguns dos primeiros executivos do Facebook já venderam suas ações e dispõem hoje de milhões de dólares.
Cohler, por exemplo, está no centro de uma complexa rede de elos sociais e empresariais que emanam do Facebook. Em 2002, após formar-se em Yale, estava numa festa e conheceu Reid Hoffman, ex-executivo do PayPal. Os dois se "deram bem", de acordo com o que Cohler contou. Ele se tornou o protegido de Hoffman, auxiliando-o nos empreendimentos e seguindo-o na nova startup, a LinkedIn.
Então, Cohler se juntou a uma empresa que Hoffman e outros ex-executivos do PayPal estavam financiando: o Facebook. Ficou de 2005 a 2008, período em que o serviço deixou de ser apenas um site universitário e se tornou uma grande rede social. Uma das responsabilidades dele era recrutar profissionais.
Cohler deixou a empresa e virou um investidor. Captou dinheiro para várias empresas fundadas por ex-executivos do Facebook, incluindo a Quora, criada em 2010 por D’Angelo e outro ex-engenheiro do Facebook, Charlie Cheever. Outras empresas incluem a Asana, criada em 2009 por Dustin Moskovitz, cofundador do Facebook; e o Peixe Urbano, site brasileiro de comércio concebido por Julio Vasconcelos, ex-diretor do escritório do Facebook em São Paulo.
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