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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Offshore da África Oriental, nova fronteira do petróleo e gás natural


Por muitos anos, as águas do Atlântico próximas ao litoral da África estiveram no centro das atividades offshore, especialmente a região conhecida como Golfo da Guiné, e seu prolongamento em direção ao Sul. Dois países se destacam pelo volume dos trabalhos, a Nigéria, com produção concentrada no delta do rio Niger, e Angola, cujo litoral norte, ao largo de Cabinda, já muito produtivo, parece agora guardar semelhanças com o pré-sal brasileiro. Outros países contribuem com menores volumes para o “boom” da África Ocidental em petróleo e gás natural, como a Guiné Equatorial, S.Tomé e Príncipe e até a longínqua Namíbia. Mesmo regiões distanciadas do epicentro petrolífero, como Serra Leoa, parecem conter hidrocarbonetos em suas plataformas marítimas.

Embora não haja indicações de que o esforço de prospecção e exploração no litoral atlântico da África será reduzido, os observadores das atividades offshore mundiais têm, a partir de 2010, um novo foco – a África Oriental banhada pelo Índico, até então menos conhecida geologicamente e pouco visada pelos grandes “players” internacionais. As notícias se sucedem em rápida sequência, já extrapolando a mídia especializada, como o recente artigo da “The Economist” (07/04/12). Algumas das mais impactantes, já divulgadas pelo GasNet, estão resumidas abaixo.

  • A italiana ENI teve em outubro/11 seu primeiro grande sucesso nas águas de Moçambique. Na área conhecida como Mamba, a 45km da costa, foi feita a primeira descoberta (Mamba Sul), logo seguida, em fevereiro/12, por Mamba Norte, permitindo avaliações de que o conjunto deve ter um total de 1,4 trilhões de m3 (50 tcf). O teste inicial de produção mostrou um gás de alta qualidade, gerando expectativa de que cada poço perfurado possa produzir até 4 milhões de m3/dia. A ENI, operadora e controladora do empreendimento com 70%, tem como sócias a Galp, Kogas e ENH, cada uma com 10% (PennEnergy, OGJ, fevereiro/12)

  • Também no offshore de Moçambique, a americana Anadarko vem colecionando sucessos. Suas descobertas nos campos de Lagosta, Camarão e Barquetina já levaram o total de gás recuperável a, no mínimo, 850 bilhões de m3 (30tcf), podendo chegar aos 1,4 trilhões da ENI (50 tcf). Um teste recente atingiu a vazão de 2,8 milhões de m3/dia, gás e reservatório de alta qualidade, animando a empresa a projetar um grande desenvolvimento de GNL. A Anadarko detém 36,5% do empreendimento, em sociedade com a Mitsui, BP e companhias locais (PennEnergy, OGJ, fevereiro e março/12)

  • No litoral da Tanzânia, o consórcio formado pela Statoil (65%) e ExxonMobil (35%) encontrou em fevereiro último um grande reservatório de gás, com excelentes características de porosidade e permeabilidade, e volume inicialmente avaliado em 142 bilhões de m3 (5 tcf). A estatal TPDC (Tanzania Petroleum Development Corp) terá direito a 10% das ações de uma eventual empresa exploradora das reservas (OGJ, fevereiro/12)

  • A maior economia da região, o Quênia, ainda não encontrou gás ou petróleo offshore, mas anunciou recentemente um leilão de 18 blocos marítimos, aparentemente despertando interesse entre os eventuais produtores (PennEnergy Perspectives Petro, março/12). Note-se que, em 26 de março/12, este país divulgou uma grande descoberta onshore de petróleo feita por uma empresa inglesa, junto à fronteira da Etiópia (The Economist, abril/12)

Como vem ocorrendo em outros locais onde é intensa a atividade em petróleo e gás, as sucessivas descobertas de hidrocarbonetos na África Oriental já evidenciaram a falta de condições locais para convertê-las em produção e benefícios aos habitantes da região, a maioria dos quais se enquadra entre os mais carentes do planeta. Falta pessoal especializado, ou até sem especialização, equipamentos, pontos de apoio e, como enfatizam as publicações, legislação e instituições governamentais capazes de conduzir a bom termo os enormes investimentos requeridos. Entretanto, com base no que ocorreu em uma década de desenvolvimento desta atividade no Atlântico africano, as projeções mais abalizadas apontam o Índico do continente como uma nova e viável fronteira petrolífera – e o gás natural segue em sua surpreendente trajetória de expansão.


Luis Olavo Dantas

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