A Odebrecht Energia espera obter até meados do ano a licença ambiental de instalação para quatro parques eólicos no Rio Grande do Sul, num total de 108 MW de capacidade instalada. Com investimentos de R$ 400 milhões, os projetos Corredor do Senandes II, III e IV e Vento Aragano I deverão entrar em operação em janeiro de 2014, seis meses antes do previsto no contrato arrematado em leilão realizado em 2011, o que permitirá à empresa aumentar a receita prevista dos empreendimentos. As usinas venderam 50,5 MW médios, por R$ 99,50 megawatt-hora.
A Odebrecht anunciou ontem a assinatura de um contrato, no valor aproximado de R$ 300 milhões, com a Alstom para a compra de 40 aerogeradores para os quatro parques. Os equipamentos serão montados na fábrica recém-construída pela companhia francesa em Camaçari, na Bahia, com investimentos de R$ 50 milhões.
De acordo com o diretor de geração da Odebrecht Energia, Fernando Chein, a empresa pretende incluir 16 usinas eólicas, num total de 365 MW de potência, nos próximos leilões de energia A-3, em 28 de junho, e A-5, em 16 de agosto.
Animada com o mercado brasileiro, a Alstom espera obter encomendas de até 600 MW para entrega de aerogeradores até o fim do ano. A meta poderá ser alcançada dobrando o turno na fábrica de Camaçari, com capacidade de 300 MW/ano. Segundo o vice-presidente de Power Renewable e P ower Thermal da Alstom, Marcos Costa, o aumento da produção vai depender da demanda brasileira.
"Estaremos preparados, se houver esse crescimento de mercado, para crescer esses 300 MW e podermos chegar a 500 MW ou 600 MW", afirmou o executivo. Ele informou que espera fechar ainda neste ano contrato para o fornecimento de aerogeradores para parques em outros países da América do Sul. "Temos várias oportunidades em curso na Argentina, no Uruguai e no Chile".
Apesar da queda do ritmo da economia brasileira em 2011 e da perspectiva de baixa contratação de energia no leilão A-3, o executivo mantém a aposta no mercado brasileiro. "Numa visão de médio prazo, acredito que o mercado de energia estará (crescendo) em torno de 5% (ao ano). Considerando que a fonte eólica é uma das mais competitivas do mercado, acreditamos que a participação percentual de energia eólica será importante".
Rodrigo Polito / Valor Econômico
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