Esta semana abro espaço para falar sobre
Remuneração e Incentivos. A jornalista Diana Araújo fez uma matéria sobre este
assunto e tenho certeza que irá ajudar os líderes a refletirem sobre estes
assuntos de grande importância.
Remuneração é a retribuição pecuniária de um
trabalho feito, seja ele bem, produto ou serviço. Incentivos são elementos
ligados aos "desejos" de alguém, cuja possibilidade de alcançá-los se
potencializa na medida em que realiza algo que lhe foi solicitado.
Dentro das organizações a recompensa das pessoas é
um dos elementos fundamentais para o incentivo e a motivação dos
colaboradores. Uma empresa que utiliza tal estratégia percebe um
compromisso por parte de seus talentos, que passam a dar importância ao
“instinto” de competitividade presente na cultura da empresa.
O coach Homero Reis acredita que “a principal
diferença é que remuneração é algo objetivo. O incentivo está no domínio da
pessoalidade ou subjetividade. No entanto, uma promessa de remuneração maior
pode ser um incentivo, dependendo do tipo de necessidade psicológica que a
pessoa está tentando satisfazer.”
Homero defende que os empecilhos na área de
remuneração acontecem devido ao atual sistema trabalhista brasileiro. “Nosso
sistema legal trabalhista é muito antigo e engessado em termos de novas formas
de trabalho, além de ser muito paternalista. Assim, nem tudo aquilo que se pode
"contratar" a legislação aceita. Então a coisa fica difícil. Por
outro lado, a perspectiva jurídica tem mais informações sobre isso.”
Atualmente, os principais sistemas de remuneração e
incentivos que estão sendo adotados pelas organizações no Brasil e no mundo são
os sistemas salariais, por mês, hora, dia, etc., podendo ser fixo ou variável.
O coach acredita que para uma empresa adotar um
sistema de remuneração por competências e habilidades é preciso: ”ser criativa
e inovadora, além de ter um bom assessoramento profissional sobre esse tema. A
rigor, todas as organizações podem ter sistemas de remuneração por
competência”, afirma.
A principal dificuldade desse modelo de implantação
é a cultural. “Tem gente que quer receber sem fazer esforço. Fazer com que as
pessoas assumam a gestão de suas próprias vidas, não é uma tarefa fácil“, diz
Homero.
Francisco José Lacombre acredita que a remuneração
tem um valor simbólico mais forte que o valor financeiro em si. Em seu livro,
“Comportamento organizacional”, o autor afirma que: “esta é a razão pela qual o
empregado fica desmotivado ao saber que uma pessoa que ele considera ser
profissionalmente inferior tem remuneração superior à sua.”
Para o autor, todos os fatores em uma produção
precisam ser remunerados e geralmente as pessoas envolvidas precisam ser
estimuladas para aumentar a produtividade.
“Pessoas de bom nível, capazes de atuar como
equipe, constituem imenso patrimônio para qualquer empresa. Para que isso seja
possível, é necessário uma boa administração do sistema de remuneração,
instrumento indispensável para atrair e reter bons profissionais e motivá-los a
trabalhar em equipe”, afirma Lacombe.
Elaborar um programa de incentivos é fácil, difícil
é montar um que realmente funcione e esteja vinculado a objetivos estratégicos.
Liderar uma campanha sem levar em conta os objetivos da empresa ou a opinião da
equipe pode garantir o fracasso antes mesmo de sair do papel. Confira as dicas para
criar um programa eficaz de incentivos:
1. Estude
os objetivos atuais – Antes de lançar um programa de
incentivos, considere os objetivos de sua empresa e as estratégias aplicadas
para alcançá-los. Você tem tempo, recursos e dinheiro suficientes para
organizar um programa de sucesso? A maioria dos programas de incentivos são
altamente exigentes em termos de tempo e atenção. Existem até algumas
companhias que fazem isso por você, desde que pague, é lógico.
2. Teste
o mercado – Fale informalmente com alguns membros de sua equipe
– de preferência, que tenham envolvimento com o programa – e pergunte o que os
motivaria. Dinheiro, viagens e mercadorias são os prêmios mais comuns. Escolha
a premiação e a estrutura que mais se aproximem dos participantes, da cultura
da empresa e, obviamente, traga os melhores resultados.
3. Estabeleça
os objetivos – Dê prioridade às metas e atividades de acordo com
os níveis de dificuldade e o valor criado para a empresa. Faça com que a
própria equipe participe da criação desses objetivos. Pergunte se os resultados
são razoáveis, se eles entendem o porquê disso tudo e se a premiação é
suficiente para motivá-los. Outra coisa fundamental é garantir mecanismos claros
e justos para medir esses resultados. Líderes têm de ser firmes nesse sentido.
4. Estabeleça
as regras – É muito importante decidir quando um programa
começa e termina, quem pode participar, a estrutura da campanha, os objetivos,
a premiação e toda e qualquer regra que deva ser obedecida. O segredo aqui é
compartilhar isso com todo mundo. Se sua empresa fornece e-mail para os
funcionários, então essa é uma ótima ferramenta de comunicação para ser
utilizada nesses casos.
5. Crie
um tema para o programa – Um tema apropriado pode reforçar a
cultura da empresa, fortalecer o vínculo entre os colaboradores e criar
bastante entusiasmo em torno do programa. Uma companhia que trabalhe com coisas
relacionadas a futebol pode criar um tema no estilo Copa do mundo, já quem
trabalha com carros pode desenvolver algo sobre a Fórmula 1. Novelas e filmes
do momento também são boas pedidas.
6. Escolha
os prêmios – Esse passo é mais difícil do que parece. Afinal, o
que motiva uma pessoa pode não motivar outra. Como escolher o prêmio certo? O
segredo aqui é balancear as coisas: você pode dar uma quantia em dinheiro, duas
passagens para qualquer lugar do Brasil, um vale-compra, etc. Mas o importante
mesmo é lembrar que cada indivíduo é motivado por fatores diferentes. Descobrir
quais são esses fatores é função do líder, pois assim a motivação será muito
maior.
Aplicando esses passos, certamente seu programa de
incentivos será um sucesso.