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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Falta política pública no setor de energia, aponta CBIE

Um dos temas mais debatidos durante a Rio +20 foi, previsivelmente, a composição da matriz energética brasileira, e sua posição impar no que diz respeito a fontes renováveis. Segundo Adriano Pires, do CBIE, não estamos tirando proveito desta vantagem competitiva, mantendo os preços excessivamente caros para as indústrias. Práticas monopolistas e falta de estímulos seriam as causas.

Falta política pública para incentivar o aumento da oferta de energia e ampliar o uso de fontes renováveis no Brasil. Essa foi uma das bandeiras levantadas por Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) no debate havido em 20/06/12, no espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, onde aconteceram discussões paralelas à Rio+20.
Segundo Adriano Pires, o Brasil não aproveita sua regionalidade e sua vantagem comparativa aos demais países emergentes principalmente no que se refere a energia elétrica. Pires salientou que na energia elétrica o país resolveu atender às pressões ambientalistas, em particular, as ONGs estrangeiras, e abrir mão do nosso potencial hídrico e passar a construir somente usinas a fio d’ água.
O executivo criticou a controvérsia do Brasil possuir uma das energias mais caras do mundo. "É curioso que um país como o Brasil, rico em fontes de energia primária, tenha uma das energias mais caras do mundo. A razão principal para a energia ser cara no Brasil é que o governo não acredita na famosa lei da oferta e da demanda e na concorrência. As políticas públicas no Brasil para o setor de energia tem se caracterizado por não incentivar o aumento da oferta, incentivar práticas monopolistas e encarar o setor como um grande coletor de impostos", explicou.
De acordo com ele além da falta de políticas públicas comprometer as gerações futuras, cria-se uma metodologia de leilões de energia elétrica que não leva em conta as características de cada fonte, nem tão pouco a sua localização. "Temos que estimular a diversidade de fontes, porque quanto mais diversidade tivermos menos estaremos sujitos a crises de oferta", complementa o diretor do CBIE.

Pires pontuou ainda que a nossa matriz elétrica é 90% limpa, entretanto nossa matriz de combustíveis é 80% fóssil. "Nos últimos anos o governo tem estimulado muito isso, ele não parece nada verde quando se trata de combustíveis, não demonstra a menor preocupação com o meio ambiente", finaliza.

Fonte: Maria Fernanda Romero, TN Petróleo

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